Nesta série de artigos com textos explicativos e entrevistas em vídeo com o nosso químico sênior Marcos Pacheco, abordaremos de forma técnica todos os aspectos relevantes da galvanização. São informações importantes para você entender melhor qual o método de proteção ideal contra a ferrugem indicado para suas necessidades.
- O que é galvanização
- Conceitos de funcionamento na química
- Galvanização como forma de evitar a ferrugem
Próximos conteúdos:
- Tipos de Galvanização
- Vantagens da galvanização em relação à tinta comum
- Dicas e informações de uso dos galvanizadores a frio da Quimatic
O que é galvanização
A galvanização é um processo de revestimento de metais como ferro e aço que consiste na aplicação de uma camada protetora de zinco para aumentar a resistência à corrosão. Durante o processo, ocorre uma doação de elétrons da camada de zinco para a camada de ferro ou aço, o que garante a proteção galvânica necessária ao metal base para evitar que este sofra corrosão e ferrugem.
Por que podemos considerar que a solda gera um processo de galvanização?
Aprofundando a temática levantada pelo químico Marcos Pacheco, durante o processo de soldagem é gerado um potencial elétrico entre as peças que estão sendo unidas e o material usado para soldar, e isso pode provocar a formação de uma pilha galvânica, o que pode levar à corrosão do metal. Além disso, durante o processo de soldagem, a superfície do ferro é aquecida e exposta a um ambiente oxidante. Por isso, é importante tomar cuidados específicos para evitar a corrosão no processo de soldagem, como a utilização de materiais adequados para limpeza e tratamento das superfícies, além de técnicas de proteção contra a corrosão, como a galvanização a frio – um dos métodos que explicamos detalhadamente no artigo “Tipos de Galvanização”.
Por que o zinco é o metal mais comum utilizado no processo de galvanização?
Porque, como explica o nosso químico sênior, Marcos Pacheco, no filme acima, na escala de eletronegatividade ele está acima do ferro, isso faz dele um excelente material de sacrifício. Quando um metal mais reativo, como o zinco, é conectado eletricamente a um metal menos reativo, como o ferro, o zinco oxida para proteger o ferro. Isso é conhecido como proteção catódica e é uma das principais razões pelas quais a galvanização é tão eficaz na proteção contra a corrosão.
Como a galvanização evita a ferrugem
O zinco é um elemento natural de grande abundância no planeta. Ele oferece uma tripla proteção às superfícies ferrosas (aquelas que contêm ferro, como é o caso do aço, por exemplo). Veja como:
- Ao revestir as superfícies, forma uma barreira resistente, que veda bem o metal.
- O zinco apresenta corrosão muito mais lenta que a do ferro ou aço – dependendo das condições climáticas, sofre corrosão até 100 vezes mais lenta que a de outros metais.
- Se o zinco aplicado na superfície metálica for danificado em algum ponto (devido a desgaste, corte, perfuração, impacto, etc.), a barreira galvânica impede que a corrosão se alastre para as demais partes do metal que continuam com a camada de zinco intacta.
Por isso a galvanização é amplamente utilizada em indústrias e empresas dos mais diversos segmentos, incluindo a construção civil, a indústria automotiva e a fabricação de eletrodomésticos. A galvanização também tem um grande uso em ambientes residenciais, como na proteção de grades, portões, janelas, etc. Nos artigos a seguir mostraremos alguns casos de uso desta solução na manutenção contra corrosão.
Surgimento e evolução dos métodos de galvanização
É curioso o fato que muitas soluções presentes em nosso dia já contam com décadas, ou até séculos, e mesmo assim não estão completamente claras na mente das pessoas. Este é o caso da galvanização, um assunto que ainda gera muitas dúvidas entre profissionais e consumidores finais.
O surgimento da galvanização, por exemplo, já se aproxima de 300 anos. Em 1742, o químico francês Paul Jacques Malouin submeteu à Royal Society diversas experiências com o objetivo de revestir peças de ferro com zinco fundido, o que representa o primeiro registro histórico científico de galvanização. No entanto, foi necessário aguardar cerca de um século para que Stanislaus Modeste Sorel depositasse a primeira patente de galvanização em 1837. O processo de Sorel, que apresentava semelhanças significativas com a técnica utilizada nos dias atuais, foi um marco importante na história da galvanização.
Desde então a galvanização evoluiu e ganhou novas formas de aplicação e manutenção da mesma, e esta é mais uma informação importante que você precisa conhecer para aplicar a melhor estratégia de proteção do ferro e aço contra a ferrugem.