No início de agosto, a Quimatic Tapmatic e a Dormer Pramet voltaram a unir forças para apresentar aos profissionais de manutenção industrial um novo webinar repleto de dados interessantes. Desta vez o tema foi “Soluções para usinagem em MRO (Manutenção, Reparo e Operação)”.

O evento online focou nas principais soluções em MRO, entre elas:

  • Uso de resinas, solução para recuperação de máquinas e equipamentos nas mais variadas aplicações
  • Ferramentas versáteis para torneamento, fresamento, rosqueamento e furação em diversas condições de trabalho e materiais 
  • Limpeza e conservação de máquinas e oficinas, e muito mais.

Sucesso de público, o webinar foi destinado principalmente para mecânicos de manutenção, operadores, técnicos e engenheiros mecânicos, compradores e vendedores que trabalham com materiais para manutenção, reparo e operação (MRO). Profissionais de outras áreas na indústria e interessados no tema também puderam participar.

Confira abaixo o webinar na íntegra e também, por escrito, as respostas às questões enviadas pelos participantes.

O que significa MRO?

É uma sigla em inglês para manutenção, reparo e operação, ou seja, é totalmente ligada a áreas de apoio à produção. Materiais utilizados na manutenção, reparo e operação são à parte da produção, ou seja, são necessários para o bom funcionamento da produção, porém não estão diretamente atrelados ao produto. Trata-se de ferramentas, lixas, materiais químicos, que não são diretamente ligados ao produto em si.

Soluções químicas para MRO

A soldagem a frio é temporária ou pode ser permanente?

A solda a frio tem excelente resistência, aderência e tenacidade. Sua durabilidade dependerá de vários fatores, como: temperatura no local, esforço de trabalho, responsabilidade e segurança da recuperação. Em muitos casos a solda a frio apresentará grande durabilidade, mas cada caso precisa ser avaliado isoladamente, para definir quando a solda a frio poderá ser uma solução definitiva ou provisória.

A Quimatic Tapmatic possui algum fluido de corte específico para se usar em usinagem de peças que foram soldadas ou sofreram encruamento?

Dentro da linha de fluidos da Quimatic Tapmatic, há o Quimatic 3 Super Fluido, que é a lata verde. Trata-se de um produto ecológico, oleoso, indicado para usinagem de materiais duros. Esse é o melhor fluido para este tipo de situação, por ser bastante eficiente e de excelente custo-benefício para o processo.

É possível soldar metais com materiais plásticos com a linha Plasteel?

Na Quimatic Tapmatic temos uma regrinha básica para ajudar a identificar a utilização de Plasteel. Primeiro se observa a questão da temperatura do processo (o limite para o uso do produto é de 90ºC contínuos e 100ºC de pico). Segundo, qual é o esforço que esta peça vai sofrer e o grau de responsabilidade dela? A solda a frio não substitui a solda elétrica ou outros processos mais técnicos, mas é uma grande alternativa com excelentes resultados em muitas situações. E a última pergunta: qual a responsabilidade desta operação, ou seja, se não der certo, o que acontece? Objetivamente falando, a solda a frio une materiais de ligas diferentes, que sejam rígidos, onde é possível fazer uma preparação adequada de superfície, uma preparação de rugosidade e, às vezes, mecânica com ranhuras e encaixes, para aumentar essa resistência. Quando se solda, por exemplo, duas chapas de aço carbono bem preparadas, será preciso uma carga de 1 ½ a 2 toneladas para soltar uma área equivalente a 5×5 m. Trata-se de uma grande resistência de soldagem e aderência de superfície, porém precisamos ver qual o esforço daquela peça. Sugerimos entrar em contato para avaliarmos a necessidade específica do cliente.

Qual o maior tubo de aço que o Taperepair faz?

A bandagem Taperepair, para reparos emergenciais de vazamentos em tubulações, está disponível em kits com duas capacidades: para até 5″ e de 5″ até 10″.

Qual o tipo de fluído para rosqueamento com macho laminador?

Podem ser utilizados óleos integrais, como o Quimatic 3 Super Fluido, Quimatic 4 EP e Óleo para Rosquear EP.

Tenho muitas reclamações de funcionários a respeito de óleo solúvel prejudicando a saúde e causando sinusite. Alguma ideia de como resolver?

Alguns óleos contêm componentes tóxicos na formulação. Assim, os vapores desses óleos e o contato direto com a pele oferecem o risco de alergias e podem agravar um problema da sinusite já preexistente no operador.

É por isso que os óleos solúveis da linha ME são isentos de: nitrito, cloro, enxofre, compostos aromáticos e metais pesados. E quando utilizados corretamente, não irritam a pele do operador e não produzem névoa no ambiente de trabalho.

Vale ressaltar que os óleos solúveis são soluções alcalinas e mesmo um bom óleo ecológico não deve ser inalado com frequência, pois pode levar a irritações nas mucosas, agravando o problema. Por isso é fundamental o uso de EPIs quando se utiliza produtos químicos.  

Ferramentas para MRO

Gostaria de saber se seria necessário EPI para utilização dos produtos.

Sim, o EPI é essencial. Quando se trata de operação de máquina, são indicados óculos de segurança, protetor auricular (dependendo do nível de barulho) e luvas para produtos químicos.

Ou seja, há a proteção mecânica envolvendo as operações, como óculos de proteção contra cavacos, e também a proteção em relação aos produtos químicos.

A Quimatic Tapmatic, por exemplo, tem uma linha com produtos ecologicamente corretos, que não têm toxidade e não são agressivos ao meio ambiente e à saúde do operador.  Mas na dúvida sempre vale utilizar EPIs, porque alguns produtos podem trazer irritabilidade e há casos de pessoas com maior sensibilidade até mesmo aos produtos não agressivos.

Queria saber sobre a efetividade das brocas combinadas com macho, se são vantajosas em operação de centro de usinagem, se são mais produtivas que a utilização do processo de furação com broca e depois a operação de rosqueamento com macho ? É como é feito o ciclo de programação no CNC?

Brocas macho são ferramentas extremamente versáteis e produtivas para operações de furos mais curtos =>1,5xD. Nessas situações, tornam-se mais produtivas, uma vez que se economiza um ciclo de operação. O ciclo de programação seria o mesmo de uma furação, ou seja, o avanço máximo é o passo da rosca vezes a rotação.

Quando usar macho canal reto em furo cego?

Machos máquina de canal reto são indicados para aplicações em materiais de cavaco curto, como ferros fundidos, latão, etc. São mais resistentes dada a sua geometria. Porém, a expulsão do cavaco não é tão eficiente como no caso de um macho de canal helicoidal, ficando limitada à aplicação em situações onde o cavaco é mais curto.

Poderiam falar sobre fluido combinado com limas rotativas em materiais ferrosos?

Nos materiais ferrosos, normalmente as aplicações com limas rotativas são feitas de forma a seco. Não recomendamos o uso de líquido. Como normalmente são operações manuais, não há um controle da profundidade e de dados de corte constantes.  Outro cuidado importante é que, por se tratar de uma operação manual, em equipamentos com alta rotação a aplicação de fluidos pode centrifugar. Aí corre-se o risco de espalhar fluido para todo o lado, gerando um novo problema.

Por outro lado, as limas podem ser empregadas também em máquinas. Há casos de clientes que usam limas rotativas em acabamentos dentro dos centros de usinagem. Nesse sentido, se há uma operação estável, com dados de corte constantes, aí é possível sim aplicar também líquido refrigerante, emulsão ou fluido de corte para melhorar o processo.

No caso do macho máquina não é preciso passar os 3 machos, igual o manual?

Não. Macho máquina já tem toda a geometria, todo o conceito para finalizar a rosca numa passada só. A entrada do macho é mais adequada para que se faça a rosca com uma passada só. Mesmo o macho máquina também permite fazer a rosca numa passada só. São machos da norma ISO que têm um perfil completo. Os perfis que estamos acostumados são os perfis parciais, rosca seriada, aí é preciso passar 3 machos. Mas tanto no caso de machos máquina quanto no de machos manuais dentro da norma ISSO, não há necessidade de passar primeiro, segundo e terceiro macho.

Qual a diferença entre aço rápido e metal duro e suas respectivas aplicabilidades?

O aço rápido é composto basicamente de ferro, carbono e outras ligas, como cobalto, que darão ao material final uma tenacidade e resistência ao desgaste. Já o metal duro é basicamente formado por tungstênio e cobalto, então trata-se de uma liga mais dura, mais nobre e mais cara que o aço rápido. E a aplicabilidade de um ou de outro está relacionada com o que será realizado. Para MRO, pequenos lotes e pequenas quantidades de peças, o aço rápido se encaixa melhor. Já o metal duro, que tem capacidade de resistência ao desgaste muito mais elevada, é ideal para aplicações de corte contínuo, pois dura muito mais em situações estáveis.

Não tem broca de metal duro? Fale mais a respeito por favor.

Sim, existem as brocas de metal duro que são largamente utilizadas na indústria metalmecânica. Mas, no webinar, procuramos nos concentrar em soluções para MRO. Assim, falamos de pequenas usinagens, pequenas quantidades onde são utilizadas brocas de aço rápido. Já as brocas de metal duro são aplicadas em situações onde há maior estabilidade de máquina e maiores lotes de produção. As brocas de metal duro até podem ser utilizadas em MRO, mas requerem maior estabilidade. Elas não podem, por exemplo, ser utilizadas em uma furação manual, onde não há estabilidade durante a aplicação, pois haverá o risco de quebra. Metal duro é um material muito mais sensível a variações no processo.

Qual tipo de broca seria melhor para fazer furos no material Ravur 450 ou Hardox 450?

Hardox 450 é um material fabricado pela SSAB, da mesma família do Toolox 44, que demonstramos no webinar. Esse aço de alta resistência, com dureza em torno de 450 HB, é de difícil usinabilidade e requer cuidado durante a usinagem. Porém a broca ideal para furar vai depender da aplicação. Se na peça for ser realizado apenas um reparo ou pequeno furo, uma broca de aço rápido irá atender. Para a furação manual, uma recomendação é a broca A777, demonstrada no webinar, que é de aço rápido cobalto de maior resistência. Mas se a operação for em uma máquina CNC, uma furação contínua, a broca de metal duro é melhor, com as devidas afiações. A Dormer Pramet possui a linha Force X, que irá dar um resultado bastante satisfatório em furação contínua. Vale lembrar que nestes casos, a lubrificação indicada é com fluido para materiais duros. O Quimatic 3 Super Fluido ajudará na operação e aumentará a vida útil da ferramenta.